Um policial, mesmo de folga, sempre representa o poder do Estado e deve cumprir a missão. Foi o que não aconteceu zona norte de São Paulo no último domingo (12). Um jovem que supostamente teria tentado um assalto é ameaçado por um homem armado, aparentemente um civil. Uma mulher intervém e leva o rapaz até uma policial militar fardada que olhava a cena sem impassível, chegando a chutar o adolescente quando se aproximou.
No vídeo que rodou as redes sociais a pessoa que gravava tudo cobrou atitude da PM, que portava uma arma possivelmente cautelada do Estado. Ela respondeu que o protocolo é ligar para o 190 e alegou não ter aparelho celular para isso. Após o suposto criminoso sair do local com ajuda de populares a policial voltou a ser questionada, por um homem que disse ser da imprensa, ao que respondeu com ameaça:
- Você serve para que?
- Se você falar comigo deste jeito eu vou te prender. Está gravado aqui que você me desrespeitou. Você falou que eu não presto para nada. Eu estou de folga e o procedimento é ligar no 190 e chamar viatura. Quem não presta é você.
O caso chama atenção por uma sucessão de erros que poderiam acabar em tragédia. Não apenas a omissão policial, que tem o dever de intervir em uma situação de crime como aquela. Além de um suposto crime de roubo ou assalto, um homem não identificado de arma em punho ameaçando não apenas um jovem, mas outras pessoas que estavam próximas, como crianças e uma mulher que se pôs em risco ao ficar na frente da pistola para tentar evitar que o rapaz pudesse levar um tiro.
O suposto jornalista também errou ao questionar a policial como o fez por também cometer o crime de desacato, mesmo que a autoridade investida na PM naquele momento se mantivesse inerte. Sobre a agente de segurança pública, será aberta investigação junto a Corregedoria para que ela responda administrativamente e criminalmente por prevaricação, segundo Cláudio Silva, Ouvidor das polícias em São Paulo.
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HOMEM ARMADO AMEAÇA PESSOAS E PM CRUZA OS BRAÇOS: "ESTOU DE FOLGA"