Na medida em que avançam as oitivas no Senado sobre mais um escândalo do Governo Federal, mais próxima a possibilidade de em plena pré-campanha de reeleição o Presidente Jair Bolsonaro (PL) sofrer desgaste com uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Pelas redes sociais o Senador Marcelo Castro (MDB-PI) asseverou:
“Vai ter CPI do MEC. Eu acho que poucas vezes nós vimos fatos tão graves que precisam ser melhor esclarecidos. Em qualquer área da administração pública, é preciso que toda denúncia seja apurada, ainda mais quando se trata da área da educação”, tuitou o piauiense neste sábado (9).
Para tentar barrar a CPI do MEC o Governo Federal aposta no Ministro da Casa Civil, o também piauiense Ciro Nogueira (PP-PI). Com um bom trânsito no Senado, a ideia é tentar esvaziar os apoios para derrubar o requerimento que pede a abertura da Comissão Parlamentar. Será mais uma queda de braço entre oposição, que diz já ter as 27 assinaturas necessárias e governistas, que garantem ter conseguido alinhar a desistência de três senadores.
Castro, que é o Presidente da Comissão de Educação do Senado, iniciou na última terça-feira (5) a tomada de depoimentos de envolvidos no esquema de liberação de verbas para prefeitos com o intermédio de pastores alinhados com o Presidente Bolsonaro. O caso veio à tona após vazamento de áudios do ex-Ministro da Educação. Milton Ribeiro conta detalhes do que a princípio poderia ser encarado como tráfico de influência.
Os prefeitos ouvidos na CE do Senado confirmaram as denúncias, afirmando que o pedido de propina feito pelos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos em troca de verbas do MEC era feito em forma de dinheiro, ouro e bíblias. Já o Presidente do FNDE negou corrupção e defendeu o ex-Ministro da educação. Já os acusados se negaram a depor à Comissão. Para Marcelo Castro há fortes indícios de crimes. A pressão agora deve ficar com o Presidente da Casa, Rodrigo Pacheco.
“Não bastam as 27 assinaturas para a abertura de uma CPI. Depois de conseguirmos um número razoável de assinaturas, mesmo com eventuais retiradas, é preciso que o presidente do Senado autorize a instauração da CPI. Essa comunicação, normalmente, é feita em plenário. Por isso, o trabalho para garantirmos a abertura da CPI do MEC é mais importante, neste momento, do que a minha assinatura por si só”, destacou Marcelo Castro também pelo Twitter.
Fonte: Wesslley Sales