A tecnologia tem sido parceira de golpistas na tentativa de ganhar dinheiro fácil. Mas, há também métodos mais simples e outros até muito conhecidos que, mesmo assim, continuam fazendo vítimas. Para se manter longe desse crime é preciso estar atento e perguntar: Qual o mais novo golpe na praça?
A resposta foi dada pelo Delegado Odilo Sena, titular do 13º Distrito Policial, em Teresina, que está se especializando em combater golpes. Em entrevista á Teresina FM ele explica que uma modalidade que chama atenção é aquele em que uma ligação é feita para a vítima e, do outro lado da linha, a pessoa pergunta se pode fazer uma oração. A resposta normalmente é SIM. Em seguida, após orar, o golpista pergunta se ela concorda com a oração, esperando que seja respondido CONCORDO. E insiste: então, você confirma com essa oração? Depois do CONFIRMO, ele (a) finaliza: "Deus te abençoe, em nome de Jesus".
“Na prática a pessoa vai falando palavras (sim, concordo e confirmo) que são utilizadas para aplicar golpes em outros lugares através do telefone, usando a voz. Existem particularidades que é utilizado a voz do cliente em bancos e de operadoras para fazer alguma operação com essas palavras”, explica o delegado Odilo Sena.
O delegado disse ainda que há golpes mais elaborados, que usam lábia e tecnologia para ludibriar as vítimas. Alguns, segundo ele, pode enganar qualquer pessoa, como no caso do cartão clonado que é entregue a um motoboy. Neste caso, até mesmo interceptação de ligações telefônicas são utilizadas para cometer o crime.
“É quase impossível não cair. Eles tem informações sobre a vítima por causa de roubo de informações. Ele liga e confirma os dados do cartão de uma pessoa. Então, diz que aconteceu uma compra em valor alto. Claro, a vítima não vai reconhecer esse gasto. Então o golpista diz que o cartão foi clonado e que para identificar o criminoso e restituir o valor a pessoa precisa ligar para o 0800 do banco, número que consta no cartão. Através de uma máquina a ligação é interceptada e acaba caindo em uma falsa central, que manda picotar o cartão, menos o chip que, junto com a senha, será entregue a um motoboy”, comentou.
Uma das formas de não cair neste golpe é a informação e, neste caso, de que bancos não usam esse tipo de procedimento. Aqui a recomendação é destruir totalmente o cartão, incluindo o chip, em caso de algum problema no chip. Odilo Sena explicou ainda que a clonagem do mensageiro Whatsapp tem sido alvo dos criminosos.
“Normalmente chegam mensagens onde são oferecidos emprego com alto salário ou uma promoção imperdível. A vítima é convidada a entrar em um link. No clica perdeu a conta do Whatsapp. Quando a pessoa tem duas redes de proteção oferecida pelo Whatsapp é mais difícil, mas assim mesmo eles criam uma engenharia social para que a pessoa caia no golpe”, concluiu.
Dezenas de pessoas foram presas pela equipe do Delegado Odilo Sena por aplicar os mais variados tipos de golpes e estelionatos em Teresina, como a empresária que tentou se apropriar de uma herança de mais de R$ 1.5 milhão e o de uma outra mulher que ameaçava divulgar fotos íntimas da vítima em site de fofocas caso não pagasse R$ 1.5 mil.
Fonte: Wesslley Sales