As forças de segurança nunca trabalharam tanto quanto em 2023 para dar conta da grande quantidade de bandidos no Piauí. As cadeias estão com as celas abarrotadas. Para se ter uma ideia, todo o sistema prisional do Piauí possui 3.240 vagas, mas nesta sexta-feira (15) está com 6.341 presos, uma superlotação em torno de 95%.
Com exclusividade ao OPINIÃO E NOTÍCIA a Secretária de Justiça confirmou que estão sendo abertas novas vagas no sistema prisional para atender a demanda que, este ano, promete bater recorde de prisões pelas forças de segurança federais (PRF e PF) e estadual, através da Secretaria de Segurança. Tomando por base apenas o DRACO (Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas) da Polícia Civil, o número de prisões é impressionante, suficiente para superlotar todo o sistema prisional do estado.
De acordo com a Secretaria de Segurança o balanço das ações do DRACO apontam, de janeiro até hoje:
80 operações policiais deflagradas;
Cumprimento a 442 mandados de busca e apreensão domiciliar;
500 prisões (em grande maioria faccionados);
9 menores infratores apreendidos;
59 armas de fogo foram apreendidas.
Esse trabalho das forças de segurança traz reflexo imediato no sistema prisional. De acordo com Heitor Bezerra, Diretor jurídico da Secretaria de Justiça, a solução é abrir novas vagas e penas alternativas para os que cometeram crimes de menor potencial ofensivo.
“As prisões aumentaram muito. Estamos ampliando algumas unidades e tem uma penitenciária em construção em Buriti dos Lopes com 307 novas vagas com inauguração prevista para abril de 2024. Além disso, estamos reformando outras unidades, como na Major César, com ampliação de 152 novas vagas, 80 na penitenciária de Picos e a Irmão Guido, com mais 200 vagas. Também estamos investindo nas alternativas penais como o monitoramento eletrônico, que é uma saída para casos onde cometeram crimes de menor potencial ofensivo”, explicou.
Heitor Bezerra disse ainda que está em fase de conclusão projeto que tem como objetivo separar faccionados de presos comuns. A proposta é que assim possa evitar que a chamada “escola do crime” prospere no sistema prisional piauiense, além de garantir melhor chances de ressocialização.
“Está em fase final para implantação da Comissão de Classificação. Grupo de Trabalho está trabalhando as normas. Essa Comissão é que fará essa diferenciação entre os que são de maior potencial criminal e os de baixo risco no sistema. Com base no que for apresentado pela Comissão é que haverá esse direcionamento”, concluiu.