A pena de morte para criminosos é uma realidade em muitos países, como em alguns estados americanos, normalmente para pessoas que cometeram crimes graves. O foco é a punição exemplar para quem mata, estupra e tortura. Apesar disso, há quem conteste a medida extrema. Mas, quando se trata de um recém-nascido, indefeso, condenado a perder a vida pela decisão de um juiz?
É o que está acontecendo no Reino Unido. Nesta quinta-feira (9), às 14:00 (11:00 no Brasil), por determinação judicial, a bebê Indi Gregory morrerá. Os aparelhos que sustentam sua vida deverão ser desligados. O mais absurdo de tudo isso é que os pais da criança não querem a eutanásia, tentaram conseguir mais tempo e até mesmo a Itália garantiu cidadania para que a menina fosse transferida para um hospital católico em Roma, Bambino Gesú.
Em sua decisão, o juiz Robert Peel afirmou, sob o olhar do mundo: "Com o coração pesado, cheguei à conclusão de que os fardos do tratamento invasivo superam os benefícios. A dor significativa experimentada por essa amável pequena garota não se justifica quando confrontada com uma condição incurável, uma expectativa de vida muito curta e nenhuma perspectiva de recuperação".
Apesar de todos os apelos o magistrado decidiu onde, como e quando seria tirada a vida de Indi. Aqui não se leva em consideração a vontade dos pais e muito menos as possibilidades abertas por um outro hospital. E mais, o juiz Peel sequer pondera possibilidades. Pessoas que, apesar de todos os prognósticos e diagnósticos médicos, inexplicavelmente são curadas.
Aquele que garantiu o sopro de vida à humanidade e torna possível o impossível age. À luz do Evangelho não nos cabe tirar a vida, mas o dom de gerar outras vidas. No caso da pequena Indi e seus pais, está sendo tirada até mesmo a esperança de quem crê em milagres. E eles não são raros. É uma questão de fé negada em uma canetada que tenta equiparar, naquele momento, a criatura ao Criador.
“O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz tornar a subir dela.” (1 Samuel 2:6).
* Indi tem uma doença mitocondrial que impede as células do corpo de produzirem energia, condição tida como incurável pelo Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS).