Depois de quase três décadas comandando o Palácio da Cidade, líderes do PSDB fizeram um movimento considerado errado por muitos tucanos ao lançar Kléber Montezuma cabeça de chapa em 2020. O resultado foi a perda da eleição para Dr. Pessoa (então no MDB). Meses depois, Firmino Filho morre e, com ele, parece ter sido enterrado o sonho de retorno do tucanato à Prefeitura de Teresina. Pelo menos este é o cenário que se vê neste dia 6 de abril, quando completa três anos do falecimento do gestor de quatro mandatos na capital.
Desde então, ser oposição parece ter fragilizado o ninho. A situação piorou este ano com um racha sem precedentes. O Partido, tinha pré-candidatura com Luciano Nunes, presidente estadual. Ele desistiu e levou seu grupo para apoiar Fábio Novo (PT). O presidente municipal, vereador Edson Melo, reagiu e com seu grupo reacendeu chapa própria com João Vicente Claudino.
Essa queda de braço minou o tempo da sigla para conquistar lideranças para chapa proporcional. Para piorar, dos quatro vereadores eleitos, três deixaram o ninho para concorrer por outras siglas: Gustavo de Carvalho (PT) e Venâncio (PT). O Presidente dos tucanos em Teresina, Edson Melo, desistiu de disputar e, em seu lugar, poderá ir o filho, Hélio Melo.
Nesta sexta-feira (5) foi a vez do vereador Paulo Lopes trocar o PSDB pelo União Brasil. Descontente com a demora do partido em fortalecer uma chapa proporcional e com o estreitamento do fim da janela partidária, a saída foi caminhar em busca de sua sobrevivência política.
E a pré-candidatura de João Vicente Claudino?
Lideranças próximas a JVC afirmam que ele não fala em desistir da disputa. Semana passada trouxe para o PSDB o apresentador Silas Freire, que colocou nome para chapa majoritária. O problema é que falta musculatura na composição de vereadores. Nem mesmo Elmano Férrer, que chegou a Prefeitura de Teresina com apoio de João Vicente quis se achegar no ninho, resolvendo buscar vaga na Câmara pelo PP.
JVC teria condições de quebrar a polarização entre Fábio Novo (PT) e Sílvio Mendes (UB)? Provavelmente, sim. Mas, para isso teria que vencer as dificuldades impostas por um partido que não soube se posicionar fora do poder. Sem a estrutura, o ninho ruiu e, se não conseguir se impor até as convenções, corre o risco de não eleger sequer um vereador. Poderá ficar como um pássaro em muda de penas, o canto preso na garganta por no mínimo mais quatro anos.