Poderia até não dar em nada, mas preventivamente a polícia civil do Piauí agiu rápido e apreendeu dois menores (12 e 14 anos) que confessaram serem autores de mensagens ameaçadoras contra uma escola pública de Teresina na última segunda-feira (10). Eles confessaram, mas disseram ser apenas brincadeira, apesar de um deles confirmar que sofre bulling dos colegas.
Agora, outro município se mostra preocupado com essa onda de violência. A Prefeitura de Regeneração distribuiu comunicado afirmando que ter sido informada sobre um possível “massacre nas escolas no próximo dia 20 de abril”. As ameaças são feitas através de perfis nas redes sociais. Diz ainda que o caso foi levado ao conhecimento do Ministério Público e da Segurança Pública.
Nos últimos dois anos foram 13 ataques a escolas. Em 2022, um jovem no Espirito Santo deixou três mortos e 11 feridos. No braço uma suástica nazista. Em 2023, morte de uma professora no interior de São Paulo, quatro crianças assassinadas em Santa Catarina, três adolescentes esfaqueados em Goiás. São fatos reais que deixam o país assustado, e não é para menos. Porém, existem também tentativas de desestabilizar todo o país com mensagens que provoquem pânico, como a que circula em Regeneração-PI.
O Governo do Estado, através da Secretaria de Segurança, trabalha em um protocolo, uma força tarefa para identificar autores de mensagens disparadas em redes sociais e estratégias de prevenção a este tipo de crime. Em Teresina a Prefeitura afirmou que vai instalar câmera de monitoramento em todas as escolas municipais, além de instalar botões do pânico para emergência e reforçar a segurança através da Guarda Municipal.
O Governo Federal busca soluções em apoio aos estados. Em parceria com a Safernet, o Ministério da Justiça lançou o Escola Segura, um canal de denúncia para receber informações sobre possíveis ameaças a escolas e dar rapidez na investigação. Pelo menos 270 contas no Twitter tiveram pedido de exclusão e duas no Tik Tok, em todos os casos por levar conteúdo relacionado a ataques.
A cultura do ódio tem ganho terreno nas redes sociais. A criação de perfis falsos e a disseminação de conteúdo que leva outras pessoas a compartilhar medo e desinformação. Se isso acontece tem a conivência das plataformas. Tem muita gente ganhando dinheiro com cliques e visualizações, por isso pouco se importam com os efeitos danosos a toda sociedade, sobretudo para crianças. É preciso que Instagram, Facebook, Tik Tok, Twitter e tantos outros grandes da internet façam sua parte e criem algoritmos para detectar, identificar autores, impedir a disseminação esse tipo de conteúdo e auxilie os órgãos de segurança sem a necessidade de serem acionados na justiça. Precisam ser responsabilizados.
Por outro lado, é preciso que os pais acompanhem mais o dia a dia dos seus filhos, saibam com que andam e o que fazem. Principalmente por onde navegam com o celular nas mãos. As próprias escolas precisam estar atentas ao bulling e seu efeito devastador em crianças e adolescentes, buscando apoio necessário para conter seu avanço.
O mundo está doente e esse vírus vem se espalhando pelas redes sociais de forma rápida, atingindo pessoas sem distinção de idade ou qualquer outra coisa. Basta estar conectado. Não existe receita fácil para esse tipo de crime. Quando acontece, de fato, é inesperado e entra em um ambiente onde se espera paz e formação de cidadãos. Este será um grande desafio para os operadores da educação e da segurança pública municipais e estaduais.