A lista de alvos da Operação Tempus Veritatis é extensa deflagrada na manhã desta quinta-feira (8) pela Polícia Federal em nove estados e no Distrito Federal. Foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares por determinação do Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. A ação faz parte das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado.
Desta vez, Jair Bolsonaro (PL) entrou na mira da Polícia Federal e teve que entregar o passaporte e está proibido de manter contato com outros investigados. Outros alvos orbitam em torno do ex-Presidente da República, como militares do Exército, entre eles o General Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, General Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional e General Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, além do ex-Ministro da Justiça e delegado da PF, Anderson Torres.
Da política figura o Presidente do Partido Liberal, Valdemar da Costa Neto e auxiliares do ex-Presidente, Tercio Arnoud Thomaz e Filipe Martins, ex-assessor especial de Jair Bolsonaro. A Operação foi deflagrada nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná e Goiás.
Também foram alvos da Operação Tempus Veritatis:
MILITARES:
General Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército;
Almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha;
Ailton Barros, coronel reformado do Exército.
MANDADOS DE PRISÃO:
Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro;
Marcelo Câmara, coronel do Exército e ex-assessor especial de Bolsonaro;
Coronel do Exército Bernardo Romão Correa Neto;
Major Rafael Martins de Oliveira.
OPERAÇÃO TEMPUS VERITATIS:
Em sua página oficial a Polícia Federal explica a investigação que desencadeou a ação desta quinta-feira (8):
“Nesta fase, as apurações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.
O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas Eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022.
O segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.
O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados, em apoio à Polícia Federal.
Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado”.