A causa animal, em verdade, nunca foi prioridade para a Prefeitura de Teresina. E não se pode apontar que esse é um problema apenas da atual gestão. Em quase 30 anos no comando do Palácio da Cidade, nenhum dos ex-Prefeitos do PSDB, ou Elmano Férrer (quando ainda era do PTB), fez qualquer esforço para que animais de rua e protetores independentes tivessem o apoio necessário. O Centro de Zoonozes serve muito mais como um matadouro público, onde falta de tudo.
Dr. Pessoa (ainda no REP) chegou a registrar em 2020 seu plano de governo na Justiça Eleitoral, onde prometeu criar um Programa de Proteção Animal ainda em seu primeiro ano de mandato (VEJA NO FIM DA REPORTAGEM). Não aconteceu. Pior, a Zoonozes foi ainda mais sucateada. Falta medicamentos, comida para os animais, além dos próprios servidores fazerem “vaquinha” para comprar anestesia para eutanásia. Chegou ao fundo do poço.
Vem de Picos, a cidade modelo, um exemplo para o próximo Prefeito de Teresina, seja ele quem for. Lá, uma parceria entre protetores independentes, através da Amigos Protetores dos Animais de Picos e a Secretaria Municipal de Saúde, um programa permanente de castração de animais de rua, onde o Centro de Zoonozes é o local que acolhe cães e gatos no pós-operatório com apoio da ONG, tudo em ambiente de limpeza permanente.
“Picos tinha como controle populacional a eutanásia. Em agosto de 2021 nós conseguimos colocar o projeto para andar. Pelo projeto de castração pública gratuita já foram castrados mais de 2 mil animais. A Secretaria de Saúde, em parceria com a APAPI, recolhe os animais e leva para castração. Os protetores que já alimentam animais nas ruas e tiverem como cuidar deles, mas não tem como levar o Centro de Zoonozes leva até a clínica e depois devolve para o protetor responsável ficar durante o pós-operatório. Também o animal pode ficar na Zoonozes, onde damos todo apoio. A APAPI fica lá de domingo a domingo cuidando dos que estão em recuperação da castração e daqueles vulneráveis resgatados das ruas, como atropelados e cinomose, sem condições de adoção no momento. Depois do pós-operatório, o animal é devolvido para o local onde estava antes. A Zoonones, cede o espaço, produtos de limpeza, funcionários, além de se responsabilizar pela alimentação. A medicação é responsabilidade nossa”, explica Sanya Lima, Presidente da APAPI.
Como se vê, essa é uma realidade que não existe em Teresina, onde até mesmo protetores independentes nem sempre são bem-vindos e os animais não são acolhidos adequadamente. Parte do problema é a falta de orçamento destinado pela Fundação Municipal de Saúde. Se há um local onde há maus-tratos a animais é o Centro de Zoonozes da capital piauiense que, mesmo com a direção sendo indicada por uma protetora, a vereadora Thanandra Sarapatinhas (PRD), que é da base do Prefeito Dr. Pessoa, não consegue dar apoio necessário.
Enquanto isso, prolifera nas ruas de Teresina o abandono de cães e gatos, um sofrimento que fica nas costas dos protetores independentes, como Raissa Protetora que, na ausência do poder público municipal, segue dia após dia na luta para salvar vidas, assim como tantos outros protetores na capital. Para Raissa, que está concluindo o curso de veterinária para dar mais vazão ao seu trabalho na causa animal, a falta de ação do poder público tem levado ao endividamento dos protetores para custear alimentação e saúde, onde falta às vezes até para eles mesmos. Tudo poderia ser diferente com um projeto de castrações e incentivo a doações, como previa a promessa de campanha do Prefeito Dr. Pessoa.
CONFIRA O PROJETO PROMETIDO PELO PREFEITO DR. PESSOA:
1 - Dr. Pessoa prevê Plano de Proteção Animal em Teresina ainda este ano