Apesar da instalação da Vara Agrária na cidade de Bom Jesus, a grilagem de terras e ameaças contra produtores continuam. O Opinião e Notícia mostrou em dezembro a denúncia do Presidente da Associação de Produtores de Soja do Piauí. Alzir Neto informou sobre a existência de homens armados ligados à grilagem de terras. Agora, a tentativa de intimidação estão mais acentuadas e miram o arrendatário da Fazenda Bom Jardim.
O caso acontece na na Serra do Quilombo, extensa área de produção de soja e milho que compreende pelo menos três municípios. Esta semana o produtor Luciano Márcio Curioni registrou Boletim de Ocorrência na Delegacia de Bom Jesus contra Marcelo Lamm. Na queixa, ele afirma que desde dezembro do ano passado sofre ameaças e que no último dia 17 de janeiro o acusado cobrou pagamento pela permanência na terra e que “sofrerá as consequências caso entre na propriedade e que enviará seu pessoal para retomar a posse do imóvel”.
No entanto, a Fazenda Bom Jardim foi arrendada por Luciano Curioni ainda em 2019 e ali iniciada atividade agrícola em uma área de 2.930 hectares que pertencia, segundo ele, à empresa Bom Jardim Empreendimentos Rurais. No BO, o agricultor afirma que sequer foi apresentado por Marcelo Lamm qualquer documento de posse ou ordem judicial de reintegração. Alzir Neto lembra que o legítimo proprietário da área já investiu mais de R$ 20 milhões e conta com 80 colaboradores da região, hoje em risco de perder a vida para a grilagem de terras.
A Aprosoja vem chamando atenção para o caso e teme derramamento de sangue na região. “A área em questão, a Fazenda Bom Jardim, há anos luta na Justiça em um processo judicial contra Marcelo Lamm, autor das ameaças que se valeu de documentos falsos para invadir o imóvel e de outros vizinhos, já cancelados, forjados no Cartório de Registro de Imóveis de Gilbués/PI”, diz em nota a Associação.
“Ações mais efetivas foram tomadas durante a gestão do desembargador Sebastião Ribeiro Martins como corregedor de Justiça, tais como o afastamento do oficial de registro público da comarca de Gilbués, 766 km de Teresina, outra região do cerrado envolvida em denúncias de grilagem. No cartório de Ribeiro Gonçalves o titular também foi afastado e uma serventuária temporária nomeada. Mas o trabalho efetivo que começou em 2015 e culminou em 2019 com a elaboração de nova lei de regularização, da qual participaram os agricultores, o Interpi, a comissão do Tribunal de Justiça e do Legislativo pode estar ameaçado. É o que temem os produtores e a Aprosoja”, explica.
BOLETIM DE OCORRÊNCIA REGISTRADO PELA VÍTIMA NA ÚLTIMA SEGUNDA-FEIRA (19) B O 18 01 202118012021 2.pdf
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Fonte: Wesslley Sales, com informações da Aprosoja