A grave situação no setor de saúde em Teresina levou os vereadores a suspender recesso e convocar uma sessão extraordinária nesta terça-feira (2) às 16:00. No entanto, uma manobra estaria em curso para evitar o parlamento de debater e propor soluções, segundo apurou o OPINIÃO E NOTÍCIA.
“A convocação está mantida. Mas, o que estamos sabendo é que o Palácio da Cidade estaria tentando esvaziar a sessão de amanhã pressionando vereadores da sua base. A questão é, esses vereadores vão se omitir de debater uma situação tão grave? Que repensem, pois Teresina estará acompanhando o que cada um de nós está fazendo, inclusive neste momento crítico, onde a saúde está literalmente na UTI e respirando por aparelhos”, disse um dos vereadores ao portal ON, confirmando que estará presente na sessão.
Um outro parlamentar, que também garantiu presença, explica que a princípio não se busca pedir impeachment do Prefeito Dr. Pessoa (REP), mas não descarta que uma Comissão Parlamentar de Inquérito seja instalada. Ele lembra ainda que a Câmara Municipal tem sido responsável e feito sua parte para que a saúde de Teresina tenha recursos necessários.
“Importante lembrar do Orçamento 2023. Fomos nós, vereadores, que ampliamos através de remanejamento recursos para saúde. Na ocasião tiramos pouco mais de R$ 10.5 milhões da Secretária de Governo e colocamos para a Fundação Municipal de Saúde. Em setembro aprovamos remanejamento de R$ 147.9 milhões para a FMS. Também estivemos atentos e cobramos da Prefeitura não apenas em relação ao pagamento de servidores e terceirizados, mas também ao custeio das Ubs, entre outras ações dentro dos limites do parlamento. Apesar de tudo, a crise só aumentou e por isso não ficaremos inertes”, declarou.
Nos últimos meses de 2023 a Prefeitura de Teresina enfrentou uma crise sem precedentes na Saúde do município. A própria Fundação Municipal de Saúde teve energia cortada por falta de pagamento, prestadores de serviços ficaram até quatro meses sem receber salários e, para piorar, equipamentos como tomógrafos e aparelhos de raio X foram retirados do HUT. Empresários alegam 18 meses de atraso no pagamento. Uma liminar manteve os equipamentos instalados e a Prefeitura obrigada a definir cronograma para atualizar o débito.