A luta por moradia não teve trégua durante este período, registrando um alto índice de ameaça de despejo de famílias em todo o país. De março a outubro deste ano são pelo menos 123.153 famílias estiveram nesta situação, sendo que 23.500 foram removidas das moradias, o que corresponde a um crescimento de 554% e 269%, respectivamente se comprado com o início da pandemia. Os dados são da Campanha Despejo Zero.
Neste triste ranking nacional, que tem São Paulo (39.295 famílias), Amazonas (29.195 famílias) e Pernambuco (14.818 famílias) na liderança, o Piauí aparece na 12ª colocação com 2 mil famílias ameaçadas de despejo durante a pandemia. A boa notícia é que 80 casos de despejo foram suspensos desde o início da campanha, evitando que 11.280 famílias perdessem sua moradia.
“Com os despejos suspensos por seis meses, o levantamento registrou um aumento de 6% em comparação com os números divulgados em agosto deste ano. Desde o início da pandemia, entretanto, o número de despejos aumentou 260%, chegando a um total de 23.500 em outubro deste ano. Com o fim dos prazos dos dispositivos legais, a situação pode ficar catastrófica para as famílias em situação de vulnerabilidade que correm o risco de começar 2022 sem um lar”, afirma a análise publicada pela Campanha Despejo Zero.
Segundo dados do IPEA, 88% das famílias que compõem o déficit habitacional brasileiro têm renda familiar de até três salários mínimos. Os trabalhadores de menor renda foram precisamente os mais atingidos com as consequências da Covid-19, sofrendo com o rebaixamento salarial e a perda de emprego, situação especialmente pior entre mulheres, negros e jovens.
Fonte: Wesslley Sales, com informações da Campanha Despejo Zero