A queda de braço entre extremistas bolsonaristas contra o Supremo Tribunal Federal parece não ter fim. Nas redes sociais não faltam críticas e ataques contra o STF e, de forma especial, ao Ministro Alexandre de Moraes, que na última semana havia determinado a suspensão do Telegram em todo o país.
Neste domingo, o Ministro revogou a decisão após o Telegram nomear um representante no Brasil e atender todas as determinações do Supremo. Para os bolsonaristas Alexandre de Moraes se comporta como um “ditador”. A deputada Carla Zambelli postou no Twitter que “a única ferramenta atual na qual temos liberdade de expressão”. O também deputado federal Carlos Jordy foi além e tuitou: “Depois de inquéritos inconstitucionais, prisões ilegais e agora censura a mídias sociais. O Brasil já é oficialmente uma ditadura judicial”.
Pelo Telegram espalham-se contas que fazem apologia às drogas, pedofilia e outros crimes como tráfico de armas e venda de dinheiro falsificado. O maior problema é falta de identificação do usuário, além do aplicativo não repassar informações que possam levar à prisão dos acusados. Por este motivo a plataforma também é a preferida para disseminar notícias falsas sobre vários assuntos, como vacinação covid e urnas eletrônicas.
O que se estranha é porque os bolsonaristas mais raivosos são virulentos com o Ministro Alexandre de Moraes e o Supremo, mas não atacam a Polícia Federal, órgão que solicitou ao STF o bloqueio do Telegram. Uma das alegações da PF é de que o aplicativo de mensagens “é notoriamente conhecido por sua postura de não cooperar com autoridades judiciais e policiais de diversos países, inclusive colocando essa atitude não colaborativa como uma vantagem em relação a outros aplicativos de comunicação, o que o torna um terreno livre para proliferação de diversos conteúdos, inclusive com repercussão na área criminal”.
Fonte: Wesslley Sales