“Essa política econômica foi implantada em 2017 pelo piauiense do extremo sul, Pedro Parente, que assumiu o comando da Petrobrás no governo Temmer, onde o preço do petróleo no Brasil segue o mercado internacional e beneficia os acionistas estrangeiros”. Esse é um trecho do discurso do deputado estadual Ziza Carvalho (PT-PI) durante a audiência pública na Assembleia Legislativa, na última quinta-feira (14) para tratar sobre redução do ICMS nos combustíveis.
De fato, logo após ser nomeado pelo Presidente Michel Temmer (MDB) para o comando da Petrobrás, Pedro Parente, que na verdade é carioca, mas filho do piauiense Oswaldo dos Santos Parente, de Bom Jesus, adotou a chamada PPI (Política de Paridade Internacional). Na prática, ele favoreceu o lucro da empresa e dos investidores, principalmente estrangeiros. Por outro lado, os sucessivos aumentos no preço dos combustíveis tem sido cruel com os brasileiros.
Sob seu comando, em maio de 2018, houve recorde de valorização da estatal, chegando a valor de mercado de R$ 388,8 bilhões. No mesmo período foi deflagrada a maior greve de caminhoneiros no Brasil por causa do preço do diesel, literalmente paralisando o país. O desgaste acabou forçando, semanas depois, seu pedido de demissão para tentar acalmar os ânimos. Apesar disso, nada mudou. Uma nova paralisação da categoria pode ser deflagrada em primeiro de novembro, mas há resistência por parte dos motoristas bolsonaristas.
Para Ziza Carvalho o Presidente Bolsonaro não “teve peito” para fazer as mudanças necessárias na Petrobrás quanto a sua política econômica. Isso pode ser explicado em função do forte lobby dos grandes importadores de derivados. Também existem os fundos de investimentos com capital nacional e internacional que tem representantes no Conselho de Administração da Petrobrás e pressionam para a manutenção do PPI. Para se ter uma ideia, apenas no segundo trimestre deste ano o lucro líquido da empresa foi de R$ 42.9 bilhões, sendo que R$ 31.6 bilhões foi rateado entre os acionistas, a maior distribuição da história da companhia.
Assim, quando olhamos para as ações preferenciais da empresa observa-se que 50,5% permanecem com o Governo Federal. Porém, um limite perigoso uma vez que a presença privada cresceu ainda mais, chegando 49,5%, sendo que 40,33% são de acionistas internacionais. Como se vê, sem a mudança efetiva na política econômica da Petrobrás os aumentos vão continuar ao sabor da dolarização e dos verdadeiros donos do petróleo que um dia foi nosso.
A questão é: se for reduzido o ICMS no Piauí e mantida atual Política de Paridade Internacional, em quanto tempo o combustível volta aos preços atuais?
Confira na íntegra o discurso de Ziza Carvalho durante a audiência pública.
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Fonte: Wesslley Sales