“O Progressistas é da base do Governo. Não há nada que indique que não estará na composição com o Governo atual”, este foi o trecho da jura de amor do Presidente da Câmara, Deputado Arthur Lira (PP), ao reafirmar apoio ao Governo Federal em entrevista na manhã desta terça-feira (23) à GloboNews. Em seguida, tirou da reta a missão de dizer se o partido estará ou não no palanque da reeleição de Jair Bolsonaro (sem partido): “Não serei eu que vou cravar essa hipótese, nem dar uma assertiva”. À noite, o Partido Liberal confirmou filiação do Presidente para dia 30 de novembro.
É importante dizer que a eleição de Lira para a Presidência da Câmara teve uma forte atuação de Bol$onaro junto aos parlamentares, como parte dos acordos de governabilidade. Por outro lado, o PP também foi bem aquinhoado com cargos e até mesmo Ciro Nogueira (PP-PI) abriu mão do Senado (vaga agora ocupada por sua mãe) para assumir o Ministério da Casa Civil. “O Ministério mais importante do Governo”, como costuma dizer o ministro.
Com tanta proximidade do partido com o Presidente, juras de fidelidade e o DNA PP de Bolsonaro (foi filiado a sigla por 11 anos) porque então filiar-se ao Progressistas? Se o Governo é tão bom, porque não quiseram ter um candidato à Presidência da República de dentro da própria agremiação e com a caneta cheia de tinta nas mãos?
Nos bastidores políticos de Brasília a resposta é que falta confiança mútua. Em outras palavras, alguém pode trair alguém em algum momento, além é claro, de não estar em discussão o comando do PP, algo que Jair faz questão e Nogueira sequer discute essa possibilidade. Daí o motivo de um dos maiores articuladores para que Bolsonaro chegue de mala e cuia no Partido Liberal seja exatamente o Ministro Ciro. Com isso, pode indicar o vice na chapa, mas sem maiores compromissos e de quebra abandonar o barco sem deixar na mão uma candidatura própria. Alguns deputados Progressistas não acreditam que de fato estará o Ministro da Casa Civil ladeando o Presidente na chapa majoritária, mas a ventilação do seu nome seria uma estratégia sob encomenda.
Outros saem pela tangente afirmando que é Jair Bolsonaro que não quer filiar-se ao PP, mas a verdade é que a base do partido não quer o Presidente, talvez por isso Arthur Lira tirou o dele da reta. "Tentei e estou tentando um partido que eu possa chamar de meu e possa, realmente, se for disputar a Presidência, ter o domínio do partido. Está difícil, quase impossível. Então, o PP passa a ser uma possibilidade de filiação nossa", disse Bolsonaro em julho deste ano durante entrevista a rádio Grande FM.
Fonte: Wesslley Sales