“Na dor e no amor começaram 16 e agora vamos analisar. Repito, com todo respeito, o voto é livre, o mandato é livre. Mas, tem o amor e tem que ter a dor. Quando você faz uma via dupla tem que ir e voltar. Só ir a pessoa pode não voltar. Não tem nada ilegal um vereador indicar um cargo e participar da gestão. Ai é o amor. Mas, tem que ter também a dor, que é acreditar e participar dos momentos desencontrados da gestão, o que é normal em toda gestão”.
Com essas palavras o líder do Prefeito na Câmara, vereador Antônio José Lira, falou do centro de apoio do Palácio da Cidade na Casa. No início eram 16. Atualmente, ninguém arrisca dizer quantos são. Apesar disso, na noite desta quarta-feira (12), talvez embalado pela aprovação do empréstimo e do Refis, o parlamentar tenha comemorado, ao lado de Alan Brandão e Roberval Queiroz vereadores e dito: “Base Forte, agora terá base”.
Mas, não é bem assim. Pelo menos segundo um outro vereador que pertence à base do Prefeito, que ao OPINIÃO E NOTÍCIA afirmou: “Dr. Pessoa nunca teve interesse em consolidar uma base na Câmara. Não é assim que as coisas funcionam”. Exemplo disso é que os parlamentares, mesmo os de apoio ao Palácio da Cidade, não devem fazer esforço para aprovar projetos que sejam de interesse mais do Executivo, como aumento de cargos com gordas gratificações ou rachar as SAADs. Importante destacar o trabalho do Presidente da CMT, Enzo Samuel (PDT), que conduziu todo o processo e mostrou ter total controle sobre o regimento, além de excelente diálogo e articulação com os parlamentares.
Se a votação da última terça-feira foi unânime para o empréstimo e ao Refis, depois de ser barrado algumas vezes, não há o que comemorar como vitória da Prefeitura. Os vereadores compreendem que, de uma forma ou de outra, as duas propostas são importantes para os teresinenses. Prova disso é que a oposição foi totalmente favorável. O líder Antônio José Lira também foi um guerreiro em sua articulação com o Presidente Enzo Samuel e outros parlamentares para, no mínimo, ter a maioria simples para aprovação.
Na prática, essa “base” ainda não foi testada em sua fidelidade. Existem ainda muitas arestas, entre elas as emendas que estão a anos sem empenho. Mas, isso é história para outra análise.