Nem mesmo no ninho tucano se sabe ao certo porque o Presidente do PSDB no Piauí teima em bater pé em sua candidatura a Prefeito de Teresina. Luciano Nunes, apesar da proximidade com oposição capitaneada pelo União Brasil e Progressistas, distanciou-se do grupo após Sílvio Mendes (UB) anunciar que seu nome estava na disputa com pré-candidato na cabeça de chapa e afagando outras lideranças, o que seria um sinal de preferência para seu vice.
“Qualquer relação, ela tem que ter como base o respeito e a confiança. Então, para se restabelecer o diálogo, tem que se restabelecer o respeito e a confiança. O quadro que está posto até hoje. PSDB tem uma pré-candidatura e União Brasil tem a sua pré-candidatura”, disse Luciano Nunes em outubro deste ano, ao criticar a definição que era prevista para acontecer apenas em dezembro.
Mas, o fato é que Luciano Nunes não consegue aparecer com chances mínimas nas pesquisas. Para completar, vereadores não apoiam a candidatura própria e já declararam que estarão com Sílvio Mendes. O Presidente do PSDB está praticamente isolado, salvo algumas lideranças que ainda estão por perto. Por outro lado, tucanos influentes querem o partido indicando o vice de Fábio Novo (PT) e, nos bastidores, se diz que em janeiro pode se concretizar essa guinada para a base do governo Rafael Fonteles, o que é negado pelo pré-candidato.
Outro ponto a ser observado é que o PSDB também terá dificuldades para ter apoio de outros partidos, a maioria já definido com outros pré-candidatos ou em alguma federação. O tucano dificilmente teria apoio dentro da sua própria federação com o Cidadania. A sigla ainda terá que se esforçar para fechar uma chapa proporcional competitiva.
Se Luciano Nunes está buscando valorizar o partido para negociar com outras siglas pode ser um tiro no pé, porque até para manobras como essa os prazos estão se esgotando em virtude da antecipação da campanha. Contar apenas com as “lembranças” e a “saudade” dos teresinenses por uma administração técnica oferecida no passado é temerário e não convence. Assim, o protagonismo do PSDB para 2024 pode estar se transformando em um voo de galinha e não no de um majestoso tucano. É preciso ser pragmático.