Eis que o Governador de Minas Gerais, inebriado com a perspectiva de ocupar o vácuo de Jair Bolsonaro (PF) para disputar a Presidência da República, propõe a criação de uma frente Sul-Sudeste para, acredite, “enfrentar” o Nordeste. Romeu Zema (NOVO) alega que a Cossud teria como missão enfrentar eventuais “prejuízos” às duas regiões em votações no Congresso Nacional, como na reforma tributária.
A entrevista de Zema ao jornal O Estado de S. Paulo foi imediatamente rechaçada pelo Governador do Piauí. Pelas redes sociais Rafael Fonteles (PT) afirmou que: “No momento em que o nosso país mais precisa de união, o Governador Zema, de Minas Gerais, em sua entrevista ao Estadão, revela-se o maior inimigo da federação brasileira. Quem apostar contra a união do povo brasileiro vai perder!!!”, disparou.
Rafael se contrapôs a afirmação de Zema, que tem recebido críticas por mostrar-se preconceituosa e xenofóbica: "Outras regiões do Brasil, com Estados muito menores em termos de economia e população se unem e conseguem votar e aprovar uma série de projetos em Brasília. E nós, que representamos 56% dos brasileiros, mas que sempre ficamos cada um por si, olhando só o seu quintal, perdemos. Ficou claro nessa reforma tributária que já começamos a mostrar nosso peso".
O Nordeste, de um modo geral, sempre saiu prejudicado na chamada guerra fiscal, um dos pontos combatido nesta reforma tributária. Da forma como está os Estados mais ricos (Sul e Sudeste) levavam vantagem na hora de atrair empresas através de isenções e, claro, isso solapa outros entes da federação que veem cair arrecadação com ICMS, por exemplo. Essa desigualdade dentro de um mesmo país é que está sendo defendida por Romeu Zema.
“O que nós queremos é que o Brasil pare de avançar no sentido que avançou nos últimos anos - que é necessário, mas tem um limite - de só julgar que o Sul e o Sudeste são ricos e só eles têm que contribuir sem poder receber nada", completou Romeu Zema.
Mas, o Governador de Minas Gerais parece esquecer que historicamente as regiões Sul e Sudeste sempre foram mais beneficiadas pela União. Claro, é aqui que há maior concentração populacional e, consequentemente, arrecadação de impostos. Mas, não apenas isso. Ao olharmos para distribuição das riquezas, como royalties de petróleo, são estados localizados nesta parte do Brasil os que mais recebem dinheiro, apesar de fazerem parte de uma única federação.
Como dizia Aristóteles: “Devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade”.