O Brasil tornou-se, em plena pandemia, o país das manifestações. E pasmem. Praticamente não se vê povo na rua reclamando da inflação que achata salários e torna o pobre ainda mais pobre, nem tão pouco combustível com seguidos aumentos inviabilizando o trabalho, como por exemplo, de taxistas e motoristas de aplicativos. Toda essa “batalha” é travada na verdade por militantes que, de um lado pede “FORA BOLSONARO” e do outro reafirma estar “FECHADO COM BOLSONARO”, como aconteceu neste sábado (02).
Aliados do Presidente comemoram o “fracasso” das manifestações da esquerda como se fosse um gol de copa do mundo. Já do outro lado, minimizam a quantidade de pessoas nas ruas em apoio ao Presidente. Na prática os dois lados pecam ao achar que essa “medição de força” representa o eleitorado brasileiro ou como se 2022 fosse decidido em quem mais grita e aglomera.
As manifestações nada mais são do que a demonstração de força que esquerda e direita tem de mobilizar seus apoiadores e, neste caso, ponto para os bolsonaristas que surfam neste quesito também impulsionados pelo racha dos partidos de oposição. As imagens das ruas vão direto para redes sociais, como forma de manter alimentada a militância com um infantil “já ganhou”.
O fato é que ter ou não mais militantes nas ruas necessariamente não garante eleição. Mesmo que esquerda ou direita levem um milhão de pessoas, o que não foi registrado até o momento, o Brasil possui, segundo o TSE, mais de 147,9 milhões de eleitores, ou seja, a grande massa não está se manifestando, mas certamente aguarda seu momento para dizer na urna o que quer para o país. Por enquanto, antes dos votos serem apurados todo mundo tá eleito.
Fonte: Wesslley Sales