Foi do tempo onde a população brasileira comparecia às ruas para manifestar-se contra governantes ou para exigir mudanças. Com o surgimento da direita militante a partir da campanha eleitoral de 2018 a esquerda passou a ter um adversário ainda mais engajado e barulhento, sufocando uma hegemonia conquistada com a era Lula em 2003.
O que se vê hoje é uma tentativa dos dois grupos medirem “força popular” em torno de causas esdruxulas. No caso dos apoiadores do Presidente a proposta é defender uma tal “liberdade de expressão”. Na prática, uma forma de justificar o indulto do Presidente ao Deputado Daniel Silveira que, do alto de sua imbecilidade, atacou Ministros do Supremo Tribunal Federal e a própria Justiça de forma antidemocrática.
Então, falar em falta de liberdade de expressão é no mínimo desonesto. Bolsonaristas dizem o que querem e contra quem querem nas redes sociais, muitas vezes distorcendo informações e em outras usando fake news. A começar pelos próprios filhos do Presidente da República e parlamentares acobertados pela “imunidade”. Assim, o que se viu nas manifestações da direita não teve nada que não fossem candidatos se mostrando e mantendo seus apoiadores com fogo nos olhos. Nada mais que palanque político.
Já as centrais sindicais em São Paulo também arregimentaram seus grupos em uma manifestação que teria como ponto alto o discurso do pré-candidato Liuiz Inácio Lula da Silva. Não chegou perto de arrastar multidões como no passado, nem mesmo para assistir ao show de Daniela Mercury. Foi preciso atrasar o pronunciamento em mais de duas horas para tentar juntar mais gente.
Como esperado, Lula fez discurso não para o trabalhador, mas para atacar seu principal adversário. Foram duras críticas ao Presidente Jair Bolsonaro e seu governo. Além disso, o pré-candidato aproveitou para pedir desculpas aos policiais por ataques feitos dias antes. Aliás, essa tem a sido uma tônica na fala do petista, abrir a boca para soltar bobagens e isso tem refletido em queda nas últimas pesquisas.
Neste dia 1º de Maio, quando se comemora o Dia do Trabalhador, os dois principais atores desta eleição ficaram devendo respeito aos pagadores de impostos. Falaram para suas militâncias, parte delas extremista. Há pouco efeito prático pois quem ali estava já pertence a um grupo ou a outro. As manifestações não foram o sucesso que direita e esquerda tentam mostrar, como em Teresina. A grande massa de eleitores, como os 12 milhões de desempregados (segundo IBGE), está calada e aguardando para dar a resposta nas urnas.
Fonte: Wesslley Sales