“E vós, quem dizeis que eu sou?” Este questionamento de Jesus aos apóstolos inquieta os cristãos ainda hoje. Este trecho do Evangelho de Lucas (9,18-24) é cheio de significados.
Meditando a Palavra, o Frei Gilson Som do Monte analisa que Cristo mostra aos discípulos que seu caminho é de sofrimento, então, quem o segue precisa também aceitar que a vida nesta terra é de sofrimento: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia”.
Agora falando a todos que ali estavam, e não apenas aos discípulos, Jesus enfatiza que para segui-lo há condições: Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará”.
Frei Gilson analisa que Jesus deixa claro que a “Cruz” é para todos. E continua, meditando sobre a afirmação de Jesus sobre segui-lo: “Ninguém é obrigado a seguir Jesus. Se alguém me quer seguir. Ele respeita a sua liberdade. Então, a pergunta é essa, você quer ou não quer?”. Se a resposta é sim, então Cristo apresenta as condições para isso.
“Renuncie a si mesmo. Renunciar a si mesmo é renunciar a sua vontade. É renunciar aos desejos carnais, ao mundão que eu gostaria de seguir. Depois Jesus continuou: tome a sua cruz de cada dia. Vai ser um caminho de cruz, o mundo vai se voltar contra você. A carne vai se voltar contra você. O demônio vai se voltar contra você. Isto é cruz. Todo dia você tem a sua cruz para carregar. O mundo não quer cruz, quer alegria e prazeres. Aos que querem viver a cruz de Cristo vão renunciar ao mundo, mas vão ganhar a vida eterna. O que adianta ganhar o mundo inteiro e perder a vida eterna?”
Em Teresina o Padre Amadeu Matias, da paróquia de Nossa Senhora de Fátima afirma que o Evangelho deste domingo é de fato uma provocação aos católicos cristãos.
“As palavras e a vida de Jesus é quem mostram para nós o rosto de Deus. E isso o ser humano tem dificuldade porque corre o risco de achar que Deus é fruto do pensamento. A humanização de Jesus, ou a humanização de Deus, é para que aja uma divinização do ser humano. Evidente que caa um de nós precisa fazer o caminho pessoal e ao mesmo tempo um caminho objetivo, quer dizer, não seguir Jesus como eu gostaria, mas como Ele é. Tomar a cruz e segui-lo é amar acima de tudo e antes de tudo, como Jesus amou. A renúncia é, diante de várias possibilidades, escolher a estrada de Jesus. A carne humana é criação de Deus, mas o impulso da carne humana é são as coisas terrenas. Vivemos um tempo em que as pessoas vivem muito o querer. A gente se confronta com Jesus. Como é que Jesus quer que eu queira? Isso é uma das perguntas mais profundas que há. Só tem coragem de renunciar o querer, para querer o querer de Jesus quem o encontra para que tenhamos católicos cristãos seguidores de Jesus sob o risco de ter católicos que não seguem nosso Senhor.”, analisa.
E para você, quem é Jesus?
Padre Amadeu Matias, Paróquia de Nossa Senhora de Fátima Imagem: Selma Figueiredo
Evangelho (Lc 9,18-24)
Certo dia, 18Jesus estava rezando num lugar retirado, e os discípulos estavam com ele. Então Jesus perguntou-lhes: “Quem diz o povo que eu sou?”
19Eles responderam: “Uns dizem que és João Batista; outros, que és Elias; mas outros acham que és algum dos antigos profetas que ressuscitou”.
20Mas Jesus perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “O Cristo de Deus”.
21Mas Jesus proibiu-lhes severamente que contassem isso a alguém. 22E acrescentou: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia”.
23Depois Jesus disse a todos: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me. 24Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará”.
Fonte: Wesslley Sales