Até o fechamento deste artigo quase 3 mil pessoas foram mortas após a invasão de Israel pelo Hamas no último sábado (7). Destes, três são brasileiros, além de alemães, americanos e pessoas de outras nacionalidades que estavam em uma rave. Apesar de tanto sofrimento e cenas brutais, no Brasil as “bombas” são ideológicas disparadas em redes sociais com fins políticos.
Militantes bolsonaristas e o próprio ex-Presidente apoiam o governo de ultradireita israelense personificado no primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e atacam o Governo Lula, por ter sido parabenizado por lideranças do Hamas após vitória nas urnas, como se ele apoiasse diretamente o grupo islâmico. Por outro lado, o Presidente, apesar de condenar os ataques erra ao evitar classificar o Hamas como um grupo terrorista, o que de fato é. Porém, vale ressaltar que a legislação brasileira prevê esse reconhecimento apenas quando referendado pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, o que não existe neste caso.
Nesta guerra não há santos lá e muito menos cá. A direita fecha os olhos para o expansionismo de Israel na Faixa de Gaza e Cisjordânia, levando pobreza e medo, além de sitiar e, para manter o controle em nome de sua segurança, não abre mão de matar palestinos. Por outro lado, a esquerda não tratar o Hamas como terrorista, mas como um grupo que se levanta contra a opressão é bizarro. O grupo fundamentalista islâmico, que migrou para a política em 2006, usa táticas de extrema violência contra seu maior inimigo, os judeus. No centro do conflito a supremacia religiosa, mas principalmente a luta por território.
Como se vê, a guerra no Oriente Médio mantém acessa a polarização política no Brasil, onde o que parece menos importar é a morte de inocentes, como idosos, mulheres e crianças, as maiores vítimas em Gaza e Israel dessa brutal insanidade. Por aqui, o que importa mesmo é manter a militância pronta para a próxima batalha pelo comando do país em 2026.